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Caro Professor do Ensino Superior

Estou escrevendo essa carta porque estou no meu limite. Estou gastando meu tempo, papel e caneta pra descarregar esse sentimento de sufoco que anda rondando a minha garganta. Atualmente me sinto nada mais do que um mero compromisso das 9 horas e 42 minutos até às 12 horas do seu trabalho. Me sinto o meio para você ter o seu boleto pago e não sua aluna. Claro que deve ser chato ter alguém que simplesmente não colabora, não engole e cala a boca por que é um saco ter alguém que tá te dizendo que não tá bom. Eu posso sim dizer que sinto como se estivesse sendo abusada por que eu sei como é. O abuso é quando eu tenho que aceitar por que você é alguém e eu não sou. O abuso é quando meu sofrimento não existe por que meu colega não sofre pelo mesmo. Minha vontade de gritar é meu cabelo caindo. Meu choro reprimido é a comida que entra de maneira compulsiva na minha boca. Minha solidão é minha fatura repleta de objetos que eu jurei que iriam me fazer feliz depois que eu saísse da loja. Minha tri
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Por causa de você eu ri um pouco mais forte, chorei um pouco menos e sorri muito mais. Não sei descrever exatamente quando mas a desconstrução me atingiu. E ela bate forte. Ela simplesmente arrebentou com meus muros fortemente construídos a fim de nunca mais deixar nada e nem ninguém (deixar de) ultrapassar. Então, no meio disso tudo, ela veio. Eu já não escrevo mais sob um transe apaixonado, aquele que te faz flutuar e a realidade muda o cheiro das cores e o sabor dos sons. Eu escrevo em um estado de espírito muito melhor. A verdade não dói, não machuca nem desaponta.  O gosto da liberdade do meu coração é um sabor que eu não esperava sentir, afinal, eu sempre me achei uma desistente.  A liberdade não tem mais cara de euforia e adrenalina, não é mais correr a 100 km/h em 3 segundos. É muito melhor. É saber que a estrada não tem fim. Saber que a melhor construção de ti mesmo só vai ficando cada vez mais refinada, sofisticada e harmonizada. É descobrir que calma e apatia sã
 Na aula de português, no meu estudo do sintagma verbal, o professor me definiu como um verbo transitivo:  "Aquele que necessita de outro para sua existência fazer sentido."  Nunca pensei que na fonte do saber, na linguagem, eu iria sem querer achar a definição que me fez falta nas últimas duas décadas.  Agora posso pensar que, talvez, eu me sinto um pouco mais em paz. 
  Quero ser outra pessoa, quero ter outra vida. Mas ao mesmo tempo, amo tudo que tenho e o que eu sou. Me sinto extremamente culpada ao escrever essa primeira frase. Mas queria ser melhor, mas bonita, mais inteligente, mais sorridente, assim quase um sonho de moça.   Há bastante tempo eu não ouço um elogio de quem eu mais busco tais palavras. E infelizmente eu me lembro bem de todas as últimas críticas. Não tenho mais vontade de felicidade ou liberdade por essas causas. De fato, alguém tem que me cobrar decência, trabalho, resultados, medalhas, honras, méritos. Afinal, essa pessoa pode voltar para as colônias espirituais e ser cobrada, então eu tenho que dar errado sozinha.   Tenho vontade de me sumir, pegar minhas coisas, ou nem pegar nada, e desaparecer. Odeio o fato de não poder usar o argumento que eu não pedi pra nascer, mas pelo menos posso falar: me arrependo de ter pedido. 
  Prometi à mim mesma que não vou casar, não vou ter filhos, nem farei formatura de faculdade. Por quê? Porque eu acho que esses eventos são para os outros, não pra quem os faz.   Cansei dessas coisas de agradar, de dividir momentos, de compartilhar felicidades. Cansei de confiar meus sorrisos, meus olhares cúmplices, minhas risadas à pessoas que depois fazem coisas que magoam demais parar que eu lembre que elas estão no papel delas.  
  Como tudo que eu queria agora é ter os sonhos realizados. Escrevo esse texto no papel após anos sem pegar uma caneta, sem pensar em copiar algo de algum lugar. Nesses últimos anos só sei escrever textos copiados de lousas, redações de vestibular e contas matemáticas que agora me surpreendem por terem se tornado muito simples.   Sinto saudade da liberdade de ser criativa. Mas a culpa me devora, a inveja me amargura. Quero ter uma vida feliz como os rostos das fotos de redes sociais que vejo. Enquanto eu não fizer a minha missão, ficarei nessa infeliz culpa invejosa.    
"Ela não sabia do peso até ela sentir a liberdade." A Letra Escarlate  Depois de um tempo, eu já não sei quem eu sou. Mas também não faço questão de saber. Acho que é nesse momento em que a vida torna-se algo completamente... Inútil. Não há motivos nem para sorrir, nem para chorar. Não há por que seguir ou parar. No entanto ainda existe o medo, o sentimento primordial do ser humano.   Existe o medo de terminar a vida, mas também o de enfrentá-la, existe o medo do julgamento alheio e o do desprezo. Nossas relações e reações baseiam-se nesse sentimento mais primitivo.   Mas depois de algum tempo, um tempo em que o único sentimento que não te abandona é o medo, ele deixa de ser algo tão... assustador.