Estou escrevendo essa carta porque estou no meu limite. Estou gastando meu tempo, papel e caneta pra descarregar esse sentimento de sufoco que anda rondando a minha garganta. Atualmente me sinto nada mais do que um mero compromisso das 9 horas e 42 minutos até às 12 horas do seu trabalho. Me sinto o meio para você ter o seu boleto pago e não sua aluna. Claro que deve ser chato ter alguém que simplesmente não colabora, não engole e cala a boca por que é um saco ter alguém que tá te dizendo que não tá bom. Eu posso sim dizer que sinto como se estivesse sendo abusada por que eu sei como é. O abuso é quando eu tenho que aceitar por que você é alguém e eu não sou. O abuso é quando meu sofrimento não existe por que meu colega não sofre pelo mesmo. Minha vontade de gritar é meu cabelo caindo. Meu choro reprimido é a comida que entra de maneira compulsiva na minha boca. Minha solidão é minha fatura repleta de objetos que eu jurei que iriam me fazer feliz depois que eu saísse da loja. Minha tri
Por causa de você eu ri um pouco mais forte, chorei um pouco menos e sorri muito mais. Não sei descrever exatamente quando mas a desconstrução me atingiu. E ela bate forte. Ela simplesmente arrebentou com meus muros fortemente construídos a fim de nunca mais deixar nada e nem ninguém (deixar de) ultrapassar. Então, no meio disso tudo, ela veio. Eu já não escrevo mais sob um transe apaixonado, aquele que te faz flutuar e a realidade muda o cheiro das cores e o sabor dos sons. Eu escrevo em um estado de espírito muito melhor. A verdade não dói, não machuca nem desaponta. O gosto da liberdade do meu coração é um sabor que eu não esperava sentir, afinal, eu sempre me achei uma desistente. A liberdade não tem mais cara de euforia e adrenalina, não é mais correr a 100 km/h em 3 segundos. É muito melhor. É saber que a estrada não tem fim. Saber que a melhor construção de ti mesmo só vai ficando cada vez mais refinada, sofisticada e harmonizada. É descobrir que calma e apatia sã