- Como consegue não sentir ciúmes? - minha melhor amiga quase debruçava-se sobre a minha mesa de raiva - Se fosse eu já teria pirado! - quase quebrou a caneta que tinha em mãos.
- Confio nele, não me importo, a vida é feita de acontecimentos que as vezes achamos um saco - comentei ainda entertida com o livro que estava lendo.
- Ta, mas confia nas amigas dele? - ela me olhou desafiadora.
Fracassou. Levantei os olhos castanhos chocolate sérios, e levemente a sobrancelha direita deixando meu rosto com um ar de desafio extremo.
- Não me sinto ameaçada, mas não é motivo para fechar os olhos à confiança - comentei fechando o livro e pondo-o sob a mesa em minha frente - tudo isso é uma questão de ponto de vista - cortei seca.
- Seu ponto de vista ou está embaçado, ou seu óculos está com poucos graus - cortou tentando me por na realidade. Ou melhor na realidade dela.
Nada disse. Levantei, e cruzei o corredor até a sacada. O céu estava limpo, claro, azul. O sol era de um brilho aquecedor e radiante, não tinha como não maravilhar-se com o dia. Supirei, e encostei a testa no vidro.
- Quem ama deixa livre, mas quem deixa livre corre o risco de perder - sussurrei comigo mesma - mas sinto que se perdê-lo, perderei mais que um amor, perdei a razão para o resto - deixei uma lágrima descer pelo canto do olho e morrer na boca.
Senti minha melhor amiga por sua mão em meu ombro e notar meu tormento. Como eu podia ter ciúmes dela porque ela sentia ciúmes? Interessante. Mas o que mais me incomodava era o fato de parecer que não o amava, de que se não sentisse esse ciúmes maldito não estaria mostrando que o amava mais que a mim mesma. Veio-me uma ideia que de inicio julguei inocentemente ridícula. Mas brilhante. Fascinantemente brilhante.
Logo que senti suas mãos contornarem minha cintura e um beijo suave pousar o topo de minha testa, ouvi:
- O que houve que estava chorando? - ele não precisava das minhas falas pra ouvir meus pensamentos.
- Eu estava com... ciúmes - comecei falando com um fio de voz quase inatingivel.
- Ciúmes? Como assim? O que tem a ver? - ele perguntou confuso.
- Eu me irritei porque não conseguia mostrar meu ciúmes por você... - expliquei baixo, mas levantei o rosto e olhei em seus olhos, castanhos amendoados, e fundo sonhador - mas percebi que o melhor ciúmes não aquele que você mostra... mas aquele que você somente sente - sorri de canto, sorriso leve e brincalhão.
Ele sorriu em troca, mostrando que eu finalmente tinha entendido. Sentir ciúmes é tão natural que se você passa a mostra-lo a todos que lhe rodeiam, já tornasse obcessão. E que todo o amor, tem de ter um pouco de intrigas para apimentar as descobretas.
- Confio nele, não me importo, a vida é feita de acontecimentos que as vezes achamos um saco - comentei ainda entertida com o livro que estava lendo.
- Ta, mas confia nas amigas dele? - ela me olhou desafiadora.
Fracassou. Levantei os olhos castanhos chocolate sérios, e levemente a sobrancelha direita deixando meu rosto com um ar de desafio extremo.
- Não me sinto ameaçada, mas não é motivo para fechar os olhos à confiança - comentei fechando o livro e pondo-o sob a mesa em minha frente - tudo isso é uma questão de ponto de vista - cortei seca.
- Seu ponto de vista ou está embaçado, ou seu óculos está com poucos graus - cortou tentando me por na realidade. Ou melhor na realidade dela.
Nada disse. Levantei, e cruzei o corredor até a sacada. O céu estava limpo, claro, azul. O sol era de um brilho aquecedor e radiante, não tinha como não maravilhar-se com o dia. Supirei, e encostei a testa no vidro.
- Quem ama deixa livre, mas quem deixa livre corre o risco de perder - sussurrei comigo mesma - mas sinto que se perdê-lo, perderei mais que um amor, perdei a razão para o resto - deixei uma lágrima descer pelo canto do olho e morrer na boca.
Senti minha melhor amiga por sua mão em meu ombro e notar meu tormento. Como eu podia ter ciúmes dela porque ela sentia ciúmes? Interessante. Mas o que mais me incomodava era o fato de parecer que não o amava, de que se não sentisse esse ciúmes maldito não estaria mostrando que o amava mais que a mim mesma. Veio-me uma ideia que de inicio julguei inocentemente ridícula. Mas brilhante. Fascinantemente brilhante.
Logo que senti suas mãos contornarem minha cintura e um beijo suave pousar o topo de minha testa, ouvi:
- O que houve que estava chorando? - ele não precisava das minhas falas pra ouvir meus pensamentos.
- Eu estava com... ciúmes - comecei falando com um fio de voz quase inatingivel.
- Ciúmes? Como assim? O que tem a ver? - ele perguntou confuso.
- Eu me irritei porque não conseguia mostrar meu ciúmes por você... - expliquei baixo, mas levantei o rosto e olhei em seus olhos, castanhos amendoados, e fundo sonhador - mas percebi que o melhor ciúmes não aquele que você mostra... mas aquele que você somente sente - sorri de canto, sorriso leve e brincalhão.
Ele sorriu em troca, mostrando que eu finalmente tinha entendido. Sentir ciúmes é tão natural que se você passa a mostra-lo a todos que lhe rodeiam, já tornasse obcessão. E que todo o amor, tem de ter um pouco de intrigas para apimentar as descobretas.
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