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Despedida?

  Você conhece aquela sensação de dormência nas mãos? Como um formigamento leve, e uma dormência que vai tomando conta da mão, do antebraço, do braço.. da mente. Pensar na efemeridade da vida não é nada comparado ao baque que se tem ao vê-la. Ouvir notícias duras ainda é algo que não gosto muito. Admito preferir ouvir as mentiras confortáveis, mas não nego as verdades. Me deixar escrever como estou fazendo agora, por esse momento, é muito reconfortante. Me deixar traduzir, ou simplesmente fluir entre palavras e frases é bom. É como uma pergunta rígida: como você se sente?
  Não tive tanto contato com a pessoa que acabei de saber sobre seu falecimento. Me desconcerta falar disso, mas sinto a necessidade. Sabe quando você acha que não tentou o suficiente? Que não amou o bastante? Que foi infantil, apesar de ser literalmente uma criança? É, me corta saber que além de conviver com a sensação de que eu fiz errado ou insuficientemente, eu só terei a outra vida para concertar.
Vô, sei que poderá um dia ver, e entender esses meus pensamentos. Espero que vá em paz, e que não se importe com o jeito que estou me expressando e como estou. Espero também toda a luz, paz, amor e sentimentos bons para o senhor. Eu te amo. Nunca duvide disso.

Que Deus o abençoe e o proteja.
Beijos, sua neta.

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